O Brasil

com os pretos. Por isso mesmo o assunto foi estudado sob o aspecto geral: condições biológicas do cruzamento.

Não há dúvida nenhuma de que a influência social dos pretos escravos e a expressão dos seus cruzamentos fora muito mais pronunciadas no Brasil do que em qualquer outra nação da América. É sabido que à parte algumas Antilhas, nenhuma colônia de Castela (nem mesmo o Peru) importou tantos pretos africanos como o Brasil. Além disso, o espanhol tinha orgulho, com repugnâncias que eram raras no português, e não aceitava facilmente contactos exóticos, que para este são como que agradáveis. O espanhol cruzava menos. E é por isso que nas colônias de Espanha, mesmo depois de oito ou dez gerações, o branco ainda se nomeava "espanhol". Ele não aceitava nem mesmo fazer a vida em promiscuidade com as gentes de cor, ao passo que o português, com o longo convívio da costa da África, facilmente produzia mulatos. É natural, mesmo, que essas facilidades se transmitissem aos descendentes brasileiros. Daí o largo cruzamento, e, nas mesmas proporções, o influxo do negro, muito mais sensível no Brasil. Quanto à América lnglesa, é certo que houve uma forte intromissão de africanos, na parte sul, mas ali ainda eram mais intransigentes as repugnâncias, mais imponentes os preconceitos, e o negro se conservou, até hoje, como raça à parte, numa mistura apenas verificada.

Contudo, na influência dos negros sobre a essência da alma brasileira, foi menos pronunciada do que parece. É inegável que, nos meados do século XVII, já o Brasil estava definido, na reação nacional contra o holandês e na expansão nacional pelos sertões.

Nessa época o número de escravos africanos era relativamente bem pequeno. Pode-se mesmo afirmar que a lavoura de cana-de-açúcar se instituiu, e se generalizou