o melhor recurso, o único confessável, era a sizudez vazia e moderada; o caráter já patenteado do imperante foi uma sugestão a que todos cederam. Habsburgo, feito numa corte ridícula e frusta, cuja melhor tradição era a de D. João VI, Pedro II veio a ser o adolescente circunspecto, alheio a puerícias, avesso a arroubos de juventude, e cujo melhor elogio estava em que, \"ainda não tinha atingido a idade dos 15 anos... os que o conheciam prestavam homenagem sinceras às suas qualidades de reflexão, prudência... ao procedimento grave...\".
Prevendo os resultados da campanha da maioridade, Araujo Lima, que já conformara a espinha no beija-mão, afanoso em garantir a sua situação junto ao trono, foi esclarecer o caso, e saber os desejos da imperial criança. \"Majestade\", teria ele falado, \"a oposição anda a fazer o jogo político de promover a vossa maioridade; com o açodamento com que a querem proclamar, é uma ilegalidade deslavada...Esta semana, mesmo os conservadores farão passar uma lei proclamando-vos maior, e sem demora estareis no trono, se tanto o quiserdes\". Pedro II aquiesceu em que era esse o modo mais legítimo de maiorar-se, e que esperaria pela solução de Bernardo de Vasconcellos e a sua gente. Tal nos garante o Sr. P. da Silva, mas, fosse impaciência de criança, fosse capricho de ser proclamado revolucionariamente, como o seu augusto antecessor, a verdade é que o imperial adolescente, com toda a sua circunspecção aceitou o oferecimento da minoria parlamentar para escalar o trono, passando embora por sobre a Constituição.
E o país conheceu, então, a mais sinistra das revoluções, sinistra nos fatores, sinistra na forma e nos efeitos. Não houve como esconder a monstruosidade da coisa: \"Foi a maioridade um ato intempestivo e revolucionário, que agitou o país sem necessidade... foi