um movimento que saiu da órbita da lei e da legalidade; não se atendeu mais, nem à Constituição, nem ao corpo legislativo ...". O homem da Fundação é igualmente peremptório nos conceitos: "Outra revolução proclamou a maioridade antes da época marcada para ela... revolução feita pelas minorias das duas casas do Parlamento, reunidas sem caráter oficial, nos paços do Senado...". Sim, foi uma revolução, mas faltou-lhe tudo que dá nobreza e justifica tais crises. Faltou-lhe inspiração desinteressada, espírito de sacrifício, realidade de riscos, força de motivos e de resistências a vencer, diferença de nível a escalar.
Com isto foi a mais descabelada e mais enervante das agitações, para os maus efeitos de desorientação dos espíritos, abalo das instituições, falseamento das tradições, derrama de ódios... Um salto num tremedal! E para que? Para que saísse Vasconcellos e viesse Antônio Carlos, pela mão de Villela Barbosa, sob um principete que, desde logo, mostrou como entendia a sua função moderadora. Antes de quatro meses, antes que o gabinete resultante da revolução tivesse tempo de fazer melhoramento ou reforma, despediu-o, para trazer ao governo os escravocratas de Vasconcellos. De permeio, a Nação teve a medida de degradação a que tinha chegado essa gente. Nos lances do movimento todo realizado nas casas do Parlamento, Hermeto, aquele que por apego à legalidade fora até à traição,Hermeto, à vista do trono da criança, abandonou todas as convicções constitucionais: "É um golpe de Estado", dizia para os maioridadistas,"assusta-me, mas submeto-me à sabedoria dos que descobriram esse grande remédio para o mal do momento; não tenho razões para combatê-lo". Um Navarro safa-se de entre as pernas bambas de Vasconcellos para ser um dos mais afogueados maioridadistas; o pequeno Álvares Machado convida enfaticamente o povo indiferente para