O Brasil

Brasil. Foi o começo do desenvolvimento econômico do futuro vice-reinado.

Há um meio indireto de apreciar o progresso e a riqueza daquele norte, o tom de vida que ali se fazia, e a importância dos despojos levados pelos piratas que ali se fartaram, no começo do século XVII. Fr. Vicente menciona que, em 1600, havia em Pernambuco 100 engenhos de açúcar, 50 na Bahia, e 40 no Sul; ao mesmo tempo,ele faz notar que, nos seus dias, era o porto de Pernambuco o mais frequentado. Pouco depois, o jesuíta Joachim atestara que Olinda é a mais rica e mais desenvolvida cidade da América. De fato, à parte os galeões do Peru, a cobiça dos grandes piratas se dirige para a Bahia e Pernambuco. No sul, a vida é mais rude, sem maior ostentação e o progresso se faz noutros aspectos, que não a riqueza imediata. Preparam-se as gerações que devem dar ao Brasil os longos sertões, as minas que, se não foram o apuro humano, trouxeram, pelo menos,o desbravamento das terras e o seu povoamento.

Não admira, pois, que nos seus dias, já Fr. Vicente aponte o Brasil como o país a que se acolheria, talvez, a Coroa portuguesa, que, no entanto, era a poderosíssima Casa d'Áustria. Antes, em 1578, o prior do Crato, pretendente ao trono, já via no Brasil nação digna de ser a sede da monarquia portuguesa, cuja coroa, reivindicava. Na mesma contenda, o Rei de Espanha, "considerando fazer proposta aceitável", diz Southey, "ofereceria a coroa do Brasil ao duque de Bragança, em troca do reconhecimento dos seus direitos [de Felipe II] ao trono de Portugal".

A prosperidade do país, no começo do século XVII, é tal que Southey sente necessidade de procurar causas especiais para ela: o grande número de "cristãos novos" que para aqui vieram. Mas nós sabemos que essa primeira riqueza era expressão da cana-de-açúcar, e que não era a lavoura a ocupação preferida por esses judeus. O mesmo historiador, em face da opulência e