O Brasil

de 26.000 cruzados de rendas a Duarte Coelho, e muito mais para a Coroa. Só os dízimos eram em mais de 60.000 cruzados. No entanto, a grande prosperidade de Pernambuco só começou quando se conquistaram ao gentio as terras do Cabo,anos depois da morte do primeiro donatário.

Os franceses, à testa do gentio da Paraíba, continuam a ser grave ameaça, sem que se detenha o desenvolvimento da capitania, e das terras contíguas. Já a Bahia tem desbravado e cultivado o seu famoso "Recôncavo", e, em 1576, o açúcar do Brasil é o mais abundante na Europa. Pero de Magalhães calcula, para essa época, 33 engenhos em Pernambuco e uma exportação de 70.000 arrobas. Com a pacificação da Paraíba,a produção vai a mais do dobro, em poucos anos. Ericeira dá para aquela capitania, em 1581, 67 engenhos, exportação de 260.000 arrobas, mais de 100 colonos com renda média de 5.000 cruzados, e uns dez com a renda orçando entre 8 e 10 mil cruzados; na Bahia haveria uns 36 engenhos, mais de 100.000 arrobas de açúcar na exportação, num movimento de mais de 1.400 embarcações nas águas interiores da baía, mais de 100 colonos, com a renda de entre 3 a 5 mil cruzados. As estatísticas de 1585 variam. Linschoten, muito citado pelos europeus não peninsulares, abaixa a exportação do açúcar do Brasil a uma cifra que coincide, pouco mais ou menos com as de Southey — perto de 200.000 arrobas para Pernambuco e Bahia, mas Varnhagen, de acordo com Handelinan, dá a cifra de 220.000 arrobas. Rabello da Silva eleva ainda mais a exportação relativamente insignificante: dez engenhos, para São Paulo, Rio e Espírito Santo, sem menção de exportação. Aí, a grande produção era de cereais, gado, farinha de mandioca (grande exportação para a África). A atividade das gentes tomava outro rumo. Nessa época — 1587, iniciava-se um forte comércio para o Rio da Prata, que se provê de muita cousa no