de um verdadeiro político. O melhor da sua pessoa estava por fora: esbelto, brônzeo, arrogante, sem dureza, desimpedido e franco de gestos. Fronte miúda, vazio olhar leonino lampejando sobre a linha aquilina do perfil, barba eriçada, rudemente aberta, a guardar o gesto de franca expressão, ele faria um magnífico general de ordenanças, a dominar uma Corte com toda a irradiação de brio, lealdade e valentia. A vê-lo, ninguém podia pensar em política. No seu conjunto, impetuoso e superficial, não havia onde fazer a condensação de existência, para as intuições que a instituição de um regimen e a transmutação de um Estado exigem.
Com esse ostensivo predomínio do Exército, entrou para a atividade política desproporcionado número de militares. Teria sido um bem essa partilha da organização republicana com agaloados revolucionários. Homens novos e puros, teriam aperfeiçoado os motivos e processos da obra política, se a politicagem tradicional os não absorvesse, se fossem os mais puros e capazes que viessem para essa obra. Infelizmente não podia ser assim: aproveitaram-se da política, na maioria dos casos, justamente aqueles já tentados para ela, prontos a adaptarem-se às suas formas. Como quem se entrega a um ideal, Benjamin Constant, Floriano, e mesmo Deodoro, foram exemplos de abnegação, honestidade e desinteresse pessoal, a par de uns raros capitães e tenentes intransigentes de pureza e coerência republicana, mas, para estes poucos, quantos para quem os galões foram, apenas, as senhas, na arrancada fácil para a carreira política, em todas as misérias da política nacional?! Para isto, concorreu especialmente a onda de lisonja e servilismo que, aqui, como em qualquer outro país, se espraiou e veio aos pés dos vencedores. Rara terá sido a unidade política, na Federação, que não procurasse a honra de incluir galões na sua