O Brasil

novo motivo, ao sopro vivificante da América, se impôs sobre os que pretendiam dominar Pernambuco.

O caso do Brasil, vencedor dos holandeses é único. A defesa de Pernambuco se fez numa verdadeira substituição de valores humanos: a mãe-pátria a abater-se, distante, na miséria da incapacidade, e uma nova pátria que lhe salva a tradição e a impõe contra todos. Volvem-se as páginas dessa guerra e os heroísmos ressurgem a qualquer leve movimento como prova da decadência do Estado português, a degeneração e a degradação de seus governantes, o eclipse de seu heroísmo, a surgir de um sentimento nacional, já próprio do brasileiro, e o mais em que se expande a paixão patriótica: virtudes, dedicações, entusiasmo, personalidades em relevo de força e de ação.

E como significação definitiva, culmina numa vontade soberana, inflexível, condensadora de energias, organizadora de destinos.

Nas primeiras investidas contra a Bahia e Pernambuco, e que são recebidas pelas organizações militares anormais da metrópole,propostas à defesa armada, o invasor holandês facilmente leva de vencida tudo o que se lhe opõe. Depois, quando a população se encontrar em situação de vencido e dominada, ei-la que reage, dá de si elementos eficientes, organiza o contra-choque, e finalmente repele aqueles que venceram as tropas regulares.

Por toda a parte essas forças são miseráveis de incapacidade, quando não de covardia. Mas as gentes da terra conseguem guardá-la, a essa terra que já é uma pátria nacionalizada. É a primeira da América, tão real e definida, que não pôde ser dominada nem absorvida.

Existia a tutela da metrópole que não a pôde defender, mas lutava contra o estrangeiro para continuar a ser da sua tradição. Desse momento em diante a metrópole converteu-se em espoliadora feroz, no papel