de um inimigo danoso. A luta contra os holandeses alimentava-se de energias essenciais, indispensáveis.
Com a vitória ilumina-se a consciência nacional, duas gerações se passam, os descendentes dos heróis reclamam autonomia, na pátria que libertaram, e a reivindicam contra os exploradores "mascates".
As virtudes que hão de salvar o futuro Brasil manifestam-se desde o primeiro desastre: o Estado português se rende, o holandês se estabelece. Mas a população repele, imediatamente, o domínio do estrangeiro. Aparecem, com isso, nomes que são genuinamente brasileiros, até pelo nascimento. Avisa-se Pernambuco que virá com a sua gente afeita a defender o Brasil. Acodem da Bahia os senhores que estão nas suas terras, e nomeia-se primeiro comandante da reconquista o brasileiro Lourenço Cavalcanti de Albuquerque. Daí por diante a luta será desenvolvida pela população contra o invasor. Não tardam Afonso Rodrigues, da Cachoeira, com os seus índios, e Melchior Brandão, de Paraguaçu, e Lourenço de Britto, que encontra na população da terra um corpo de voluntários. Desenvolvia-se a guerra com espanto dos holandeses, que se não compreendiam como os portugueses entregavam as posições sem luta, menos ainda compreendiam que era aquela nação de um povo de colonos que resistia à poderosa expedição que tomara a capital.
O sul, não menos brasileiro e intransigente nos seus brios, vem com o fluminense Salvador Correia de Sá e Benevides. A força é quase toda de brasileiros, mamelucos e índios mansos, e começa a luta pelo Espírito Santo, donde desaloja os holandeses e prossegue até a Bahia, onde participa da vitória final.
Para agir contra a esquadra os irmãos Cavalcanti de Albuquerque armaram uma flotilha à sua custa. O Rei lhes reconhece o serviço em carta.