necessário é a relativa equivalência das unidades federadas. Sem isto, desde que algumas têm mais recursos e elementos de poder, acabarão subordinando as outras, absorvendo, de fato, o poder total da Nação. É bem o caso do Brasil, onde, mesmo na monarquia, quando o poder central compensava tais desequilíbrios, desde cedo se sentiram os maus efeitos da desproporcionada divisão administrativa do país, alvitrando-se mesmo corrigir o defeito.
Como em 1826-31, a propaganda democrática-republicana atacava a forma centralizada do regimen imperial, sem buscar as suas origens, sem mostrar os meios de corrigi-los. Ou não tinha coragem de os aplicar. E havia necessidade, ainda, de mostrar que a centralização, num tão vasto país, entorpecia formalmente seu progresso, como contrariava a verdadeira liberdade? Nem a federação, para a autonomia local, com a eliminação do incontrastável poder central, era remédio a descobrir, para dissertações abstratas. O interessante e necessário, na propaganda, seria reconhecer as dificuldades do nosso caso, e apontar os meios de realizar uma verdadeira federação, capaz de curar os males da centralização anterior, correspondendo apropriadamente ao desenvolvimento de um povo que fora, desde sempre, uma tradição nacional, explicitamente unificada como solidariedade dos destinos. Atendido, coisa aliás muito simples, o que era realmente tradicional, o que havia de essencial e indispensável consistia em destacar as regiões naturais quanto ao valor e às condições econômicas, e a ajustá-las à distribuição política.
Alega-se para justificar o imediato aproveitamento das províncias em estados federados, a existência das tradições históricas. Ora, não há aspecto em que sejam mais sensíveis as diferenças e desigualdades das