O Brasil

População numerosa e prosperidade material não significam progresso efetivo, nem valor social e político. Sim: apesar de que são as pequenas populações do Ocidente - Bélgica, Suíça, Holanda, nações escandinavas - estão ao par da grandeza de civilização no mundo, num grau mais potente e mais sensível que a Espanha ou a Pérsia, onde, no entanto, já houve grandes civilizações, e que têm uma população bem mais numerosa. Tudo isto porque a grandeza efetiva e humana de uma nação está no valor moral e mental dos indivíduos, e não no número deles. Se aos nossos dirigentes houvesse chegado o reflexo das condições reais a que a política deve atender, eles teriam compreendido que, no Brasil (como existe até hoje), dado o nível médio mental, social e político das populações, não é possiveI a grossa e intensa injeção de imigrantes sem que o desenvolvimento natural se desequilibre profundamente, sem que a vida geral da Nação se perturbe, e que todo o caráter nacional se ressinta.

Não temos uma população superiormente preparada para impor a sua mentalidade aos milhões de imigrantes, que, se realmente têm valor humano, necessariamente se sentirão superiores ao povo a que se vêm incorporar, e que ao influxo da estranheza e dos expatriamentos, ostentarão a mesma superioridade, criando formidável dificuldade para a conveniente assimilação. Oferecemos o espetáculo de uma vida social e política inorganizada, quase, desprezivelmente fraca, sem nenhuma sedução, a não ser a da licença dos desorganizadores.

E assim ficamos,ostensivamente, por longos decênios, com os alemães do Sul, os italianos de São Paulo e Espírito Santo, e, ao mesmo tempo do Rio Grande do Sul. Note-se, isto é assim, apesar da grande cordialidade e do franco acesso do coração brasileiro. Aspirando