O Brasil

colhem para comentário de questão. Note-se: estas restrições não pretendem diminuir o valor humano dos estrangeiros que aqui se têm estabelecido, sobretudo tanto desprotegidos, espoliados na sua pátria, e que, aqui, ainda continuam a dar o melhor do seu esforço para a parasitagem de fazendeiros ou industriais, sem outros méritos além da ganância com que exploram o trabalho alheio, graças às facilidades que a política brasileira oferece aos poderosos e desescrupulosos. Não com o intuito de retaliar, mas porque é verdade, e porque os estultos conceitos dos dirigentes a respeito do seu valor são descabidos e injustos. Não há dúvida que imigrantes provenientes de uma Alemanha disciplinada, ou mesmo, da Italia, bem mais culta que a média do Brasil, aqui estabelecidos, em povoações que quase são suas, dão um espetáculo de mais ordem, mais atividade e mais conforto do que o temos em arraiais de humildes brasileiros, descendentes dos perpétuos escorraçados, bestialmente oprimidos, e cuja forma geral da vida é ainda a continuação do antigo escravo, ou do pobre caboclo, que passou da ingenuidade à degradação. Mas, não é a simples inspeção de povoados que permite fazer o completo juízo, no caso, senão a verificação explícita de uma totalidade de resultados: a vida econômica por todo aquele Norte, onde não há imigração, e que prospera, apesar da inclemência do clima; a segurança de ânimo dos intrépidos nordestinos, que só abandonam a terra atormentada pela seca quando já não há água para a sede e que, se emigram, é para o duro labor em que se tem feito a patente prosperidade do Amazonas. A par disto, procurem-se os descendentes dos alemães de Petrópolis: que situação têm, dentro do resto da população? E os de Nova Baden, em Minas?

A resposta leva-nos diretamente à questão de raça