O Rio de Janeiro e seus arredores em 1824

franceses. Quanto aos brasileiros, os homens são de estatura mediana e franzinos, cabelos e olhos pretos, mas as fisionomias pouco marcadas. O sexo feminino é igualmente miúdo, sendo raras as caras interessantes, mais ainda as realmente belas; só os olhos é que, no geral, escuros, têm-nos verdadeiramente bonitos e suas donas sabem usá-los com feitiço. Quando jovens são bastante esbeltas, apesar de não usarem cintas ou raramente, mas têm forte inclinação para a gordura, logo perdendo este encanto. Vestem-se comumente à europeia e gostam muito de deixar os braços nus, pelo geral bem feitos e usam braceletes e correntes em profusão. A pele dos nativos é mais amarela que branca, faltando aos dois sexos aquela coloração saudável das faces. O mesmo tom baço ou cadavérico também nota-se entre os estrangeiros que passam muito tempo neste clima, por causa, talvez, do calor. Logo reconhece-se um recém-chegado pelo seu aspecto corado. Entre os brasileiros há uma nítida separação de classes e a nobreza mesma não tem quase contatos com a burguesia, posto que aquela já não conte com tanta gente de importância ou que se destaque pela riqueza e pelo fausto. Pelo contrário, segue o estilo da Corte, vivendo modesta e simplesmente. A classe comercial, em via de regra, é pouco considerada, porque nesse meio não imperam a educação ou a cultura; suas exigências não vão, por certo, além do ganha-pão. Sem embargo, já existem algumas exceções dignas de apreço e conheci diversos

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