e considerável número de bonitos, que nos seguiam aos bandos, entretendo-nos com seus saltos; vimos também com frequência peixes-voadores, que se levantavam em cardumes. Se, por acaso, caíam sobre a ponte, comíamo-los fritos, ao pequeno almoço, pois têm um sabor delicado.
Interessante fenômeno foi a fosforescência da água que me dava a impressão, na escuridão da noite, de nos movermos em mar de fogo. Chamas azuladas erguiam-se pelos costados do navio, deixando profunda e reluzente marola. Eu já tinha observado essa iluminação durante o inverno no litoral norueguês, mas por aqui ela é bem mais intensa.
Segunda curiosidade ocorreu entre os cinco e seis graus norte: ao soprar um forte nordeste, fomos surpreendidos pela correnteza que vinha de sudeste e nos desviou da rota umas 18 léguas para o noroeste em 24 horas. O mar todo rugia, levantando pequenas ondas como acontece na foz de um rio quando o vento é contrário. Deixo aos navegantes esclarecerem o fenômeno.
Minha saúde conservou-se excelente, para o que muito contribuiu o banhar-me todas as manhãs numa tina d'água salgada, regra que recomendo a todo viajante que atravesse esta zona. Às frequentes observações da lua e das estrelas, devemos agradecer que, sem cronômetro a bordo, nossos cálculos de direção resultassem certos e chegássemos praticamente à vista