Sua preocupação com o destino histórico do Brasil fê-lo apresentar, em curto mas denso prefácio, uma obra sobre a qual deveriam pousar os olhos inquietos de nossa mocidade: Projeção Continental do Brasil, de autoria do, hoje, General Mário Travassos.
Nele descobre-se o senso de objetividade de Calógeras que, como todo homem de ação, antevê o papel dos futuros recursos técnicos na solução dos problemas internacionais.
Ao referir-se à política de aproximação das nações sul-americanas, ponderava o discípulo de Rio Branco, cujo espírito realista Calógeras tanto admirava:
"E as realizações devem ser prontas, e não se compatibilizarem com as morosidades inerentes às construções de ferrovias, como medicina única.
É, pois, ao trilho, ao barco, ao avião e ao hidro que vai pedir os meios de intensificação e apressar essa política, de aproximação continental."
Como se vê, a lição do autor da Política exterior do Império continua oportuna, como há vinte e cinco anos.
Essa atualidade de Calógeras é a melhor prova da pujança de sua inteligência, da profundeza e honestidade com que tratava nossos problemas fundamentais e da dedicação com que se entregava aos encargos que lhe eram atribuídos como parlamentar, como Ministro de Estado da Fazenda, da Guerra e substituto da Agricultura.
As palavras dos grandes espíritos são eternas porque brotam da imensidão das almas, que não têm fronteiras no espaço ou no tempo.
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Reavivado o esboço de retrato do autor, tentaremos, agora, analisar, singela e rapidamente, a magnífica obra, que a iniciativa da Companhia Editora Nacional