A política monetária do Brasil

torna acessível ao grande público, depois de quase meio século de seu aparecimento no original francês.

Antes, porém, pensamos ser interessante fazer ligeiras considerações sobre a importância da diretriz introduzida por Frederic Le Play no estudo das questões econômicas, que o eminente estadista seguiu de perto, ao escrever, sobre a moeda brasileira, monografia comparável, em valor documentário, à de Bresciani-Turroni sobre a moeda alemã na década imediatamente posterior à Primeira Guerra Mundial (The Economics of Inflation — Londres, 1937).

A discussão — que tanto apaixonou os economistas de meados do século passado — entre partidários do método dedutivo e indutivo, de há muito foi ultrapassada, convencidos que todos estamos de que, para caminhar, a ciência precisa de aplicar ambos os métodos, na frase de Gustav Schmoller.

Na verdade, sem considerar fatores peculiares a cada país, sem analisar, minuciosa e profundamente, determinados setores da economia, as instituições e as próprias vicissitudes políticas, impossível chegar a conclusões que permitam assentar as bases de uma política econômica.

A visão ampla do fenômeno econômico — isto é, em seu aspecto global e particular, do ângulo social e psicológico, através do prisma da macro e da microeconomia — é tanto mais imprescindível aos assuntos relacionados com a moeda quanto nela, a bem dizer, se cristaliza o ato econômico.

Os olhos do estudioso têm de contemplar a moeda não como o geólogo ao examinar um cristal de rocha — cuja evolução já está terminada — mas com os olhos do filósofo da história, que estuda fenômenos que, a cada geração, cambiam de aparência mas que, no fundo, são impulsionados por uma força constante.

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