rompimento, foi assumido o compromisso de pagar à metrópole £2.000.000, incluída, nessa importância, a quantia devida por Portugal, em Londres, em virtude do empréstimo que contraíra em 1823, e do qual o Brasil assumiu a responsabilidade".
(Antônio Carlos Ribeiro de Andrada — Finanças e Financistas de 1822-1922 — Rio, 1922, pág. 5.)
Em O Marquês de Barbacena, Calógeras dá-nos perfeita visão dessas dificuldades diplomáticas com o reconhecimento da jovem nação brasileira, presa das intrigas dos Gabinetes Europeus, preocupados em manter seu prestígio político e econômico na antiga e futurosa colônia lusitana.
Dir-se-ia que a moeda brasileira nasceu sob o signo do desequilíbrio orçamentário, que se havia de perpetuar pelo Império e pela República afora.
Esses desajustamentos crônicos — quando não corrigidos por empréstimos públicos, levantados dentro ou fora do país, de que temos usado e abusado — têm-nos levado às catadupas de papel-moeda, causa precípua do nosso regime de câmbio cadente, para usar a expressão de meu grande mestre e querido amigo, professor Eugênio Gudim.
Fator fundamental de nossa política econômico-financeira, que ainda muito depende das relações mercantis com o exterior, o problema cambial tem sido o "bête-noire" da administração pública: as oscilações da taxa cambial assinalam o êxito ou o insucesso de gabinetes monárquicos ou de presidentes da república. A figura comovedora de Prudente José de Morais e Barros - O lincolniano ituense, cuja serenidade, coragem e energia conseguiram pacificar a família brasileira — afligia-se ante a situação cambial, considerando-a a maior cruz de seu atribulado governo: