monopólio dos dominadores lusitanos, que foram auxiliados não só pelas tribos reduzidas à escravidão como também pelas livres, com as quais verdadeiros tratados de aliança foram celebrados. Esse apoio indispensável e decisivo, facilitado pela mistura de sangue das duas raças, transformou as novas terras descobertas em colônia de Portugal, delas excluídas todas as demais nações. O comércio exterior, pelo mesmo concurso de circunstâncias, permaneceu em mãos dos vencedores.
Assim transcorreu o primeiro século da conquista.
Nesse ínterim, novas culturas foram ensaiadas com êxito. A cana-de-açúcar, introduzida da ilha da Madeira, multiplicou-se largamente e forneceu matéria-prima a grande número de engenhos primitivos, cuja produção, muito superior às necessidades da população local, era exportada para a Europa. Também o algodão proporcionou excedentes. Os pássaros, as plumas e outras curiosidades exóticas encontraram mercado do outro lado do Atlântico. As essências preciosas, as resinas e os frutos vendiam-se habitualmente em Lisboa, onde era o pau-brasil objeto de uma administração monopolística.
Tais mercadorias negociáveis pressupõem a existência de uma organização relativamente complexa do trabalho. A escravidão era a sua base; mas a colaboração dos indígenas, que haviam permanecido livres, contribuiu para a produção das riquezas enviadas à Metrópole. Não se cogitava de salários ou pagamentos no interior do país, salvo quanto aos empregados da administração portuguesa. A compensação dos valores permutados fazia-se por simples troca.
Achava-se o Brasil em plena fase de economia naturista. As mercadorias importadas eram permutadas por outras produzidas na terra; estas representavam o esforço dos escravos e de certos auxiliares livres, pagos em utensílios, fazendas de algodão e miçangas, tudo importado; a venda dos produtos do Brasil nos mercados