livres, tudo sob o comando de um marechal-de-campo, sob as ordens do governador.
O soldo é miserável, mas as tropas são bem armadas, e equipadas com mosquetes ingleses, fornecidos pela metrópole.
O estaleiro admite apenas um navio de linha de cada vez. Os trabalhos de construção naval estão sempre em andamento, mas tão lentamente que não há possibilidade de um rápido ou considerável aumento da marinha mercante. Um navio de sessenta e quatro toneladas, o Príncipe do Brasil, foi lançado ao mar enquanto estive na Bahia, parecendo um belo barco, bem construído e rijo de fato. Levou quatro anos para ficar pronto. Em Itapagipe, perto da cidade, existem vários estaleiros particulares, nos quais são construídos, com maior presteza(*) Nota do Autor, navios mercantes bem proporcionados e de todos os tamanhos.
O número de habitantes da cidade e seus subúrbios é calculado em mais de cem mil, dos quais trinta mil são brancos, trinta mil mulatos e os restantes, negros.
O Governo da Bahia, que é absoluto, é exercido por um governador-geral, que dirige, temporariamente, todos os tribunais e repartições. Seus ajudantes-de-campo fazem parte de um gabinete revezando-se no palácio e permanecendo dia e noite de serviço, a fim de auxiliar o governador no despacho de seus papéis tendo ele, ainda, o auxílio da Secretaria. A marinha mercante está sob as ordens imediatas de um intendente, nomeado em Lisboa.
O Senado [Câmara Municipal] compõe-se de quatro membros e um presidente, cabendo-lhe administrar as obras públicas da cidade, aferir os pesos e medidas, planejar os melhoramentos públicos, etc.
O Tribunal superior de justiça é o da Relação, composto do governador, seu presidente perpétuo, do chanceler, substituto do primeiro, do ouvidor do crime, e de nove desembargadores