livremente suas atividades; mas o comércio é servilmente agrilhoado pelos mais rígidos regulamentos. A Bahia, como Pernambuco, tem mercado para o algodão; na importação desse artigo, por meio de lanchas e barcaças, a carga é desembarcada num armazém destinado a esse fim, onde o algodão é pesado, classificado e enfardado. A qualidade do artigo é de primeira, segunda ou inferior, sendo marcada nos fardos; acha-se, então, em condições de ser exportado. Permanece nesse armazém geral até ser vendido pelos seus donos, a preço comumente fixado pelos classificadores. A aguardente encontra-se em mãos de uma companhia monopolizadora, à qual é paga uma taxa por todo e qualquer barril que não passa pelos seus armazéns, acrescida ao preço de venda da companhia. O fumo, o pau-brasil, os metais nobres e os minerais preciosos são vendidos exclusivamente pelo Governo. Qualquer espécie de comércio é expressamente proibida aos estrangeiros, que não estão autorizados a embarcar produtos da colônia nem mesmo em navios portugueses. Numa palavra: são tantas as proibições e tantos os monopólios, que as operações mercantis ficam limitadas, a indústria se debilita, e o contrabando é estimulado, pois os homens de todos os países são demasiado solícitos no empenho em fazer o que é proibido, sem perceber os riscos, no propósito ilusório de obter lucros superiores.
Empreguei os maiores esforços no sentido de conseguir, junto à Alfândega, relatórios sobre a importação e exportação, mas não logrei êxito em minhas tentativas. Na verdade, tenho razões para pensar que as autoridades não estão plenamente informadas a respeito do seu montante. E se eu tivesse logrado obter o que procurei, provavelmente pouco poderia ter confiado nas cifras, porque as faturas falsas e outras formas de evasão constituem prática constante(*) Nota do Autor.
O escambo é o modo de realizar-se o comércio, não obstante a abundância de moeda em circulação. Uns concedem