Os escravos do Brasil provêm principalmente das colônias portuguesas de Angola e Benguela. São negros robustos, dóceis ao extremo, muito ativos e vivos, particularmente os bengueleses. Essas boas qualidades, porém, são estragadas pelos hábitos de familiaridade e preguiça que adquirem depois de sua chegada.
O último rei de Portugal baixou um edito pelo qual os escravos só permaneceriam no cativeiro pelo prazo de dez anos, devendo, imediatamente após chegarem ao Brasil, ser instruídos na fé católica. A primeira parte dessa lei encontrou oposição da parte dos fazendeiros, que ousaram censurá-la e requereram fosse revogada. Não receberam qualquer resposta. Apesar disso, continuaram a desrespeitá-la, e o governo faz vista grossa a isso. A outra imposição do edito era quase desnecessária, pois há muito que é costume batizar os escravos, sendo essa praxe ainda universalmente seguida.
Tal participação nas práticas religiosas do país, e a inconsiderada familiaridade que se permite aos escravos, torna-os atrevidos e licenciosos no mais alto grau. Os negros sentem