que sua importância aumenta por causa do grande número dos que são alforriados, seja pela prestação de serviços, seja por favor ou compra, os quais, naturalmente, passam a "senhores", assumindo, frequentemente, os modos de seus antigos donos, agindo, em toda a plenitude, com igual desenvoltura.
Os homens daqui vestem-se geralmente como em Lisboa, acompanhando o figurino inglês, exceto quando fazem visitas ou saem nos feriados, ocasiões em que exibem excesso de bordados, lantejoulas nos coletes, e rendas nas roupas de baixo. A espada, que usam bem de lado (salvo em serviço), e as cartolas, estão passando de moda. As fivelas para os sapatos e calções, de ouro maciço e feitas aqui, são muito comuns. Têm os homens grande atração por toda sorte de adereços. Quando voltam para casa, essas roupas de gala são imediatamente despidas, e alguns envergam um gibão ou jaqueta fina, ao passo que outros ficam em ceroulas e camisa.
O vestuário comum das senhoras é uma saia, que usam sobre uma camisa. Esta é feita de musselina mais fina, sendo geralmente muito trabalhada e enfeitada. É tão larga no busto que resvala pelos ombros, ao menor movimento, deixando o busto inteiramente à mostra. Além disso, é tão transparente que se vê toda a pele. Essa violação da delicadeza feminina parece ainda mais desagradável porque a cor da epiderme das brasileiras é geralmente muito desgraciosa, aproximando-se do pardo escuro. Raramente usam meias; e durante a estação chuvosa, que é fria para elas, andam de um lado para outro metidas num par de chinelos, agasalhando-se com um chalé grosso de algodão azul e branco, ou um casacão de lã debruado de pelúcia, semelhante aos usados pelos alemães. Quando vão à Missa, uma negra mantilha de seda, usada sobre a cabeça, oculta a roupa transparente que fica por baixo. Deixam o cabelo crescer muito, trançando-o e prendendo-o num coque, estando sempre cheio de pomada em profusão e de pó de tapioca. Em certas solenidades públicas, ou durante visitas de cerimônia, algumas senhoras de categoria usam roupas europeias.
É comum a ambos os sexos o costume singular de deixar crescer a unha do polegar ou do indicador (às vezes de