Narrativas de uma viagem ao Brasil

carga aos comerciantes espanhóis do Rio da Prata(9) Nota do Leitor, e regressar, daí, ao Cabo da Boa Esperança. Entretanto, mal saíramos da baía quando o vento, saltando para o sul, obrigou-nos a lutar contra ele; assim aconteceu durante seis dias, ao longo de uma costa perigosa, até que, afinal, desviando-se o vento para leste, soprou diretamente no sentido da praia, de que não distávamos mais de cinco milhas. Nessa altura, à passagem de um barco de pesca, vimos que nos encontrávamos em frente a Porto Seguro; oferecendo-se o mestre do pesqueiro para pilotar-nos, julguei prudente aceitar a oferta e aguardar tempo mais favorável. Ao entrarmos no porto, o perigo ainda nos espreitava; o brigue foi de encontro a uns recifes, que lhe arrancaram o leme.

O governador civil da Província, ou juiz(10) Nota do Leitor, e o capitão-mor(11) Nota do Leitor, ou capitão-militar, receberam-nos aparentemente com a maior hospitalidade, dando-me permissão para comerciar, encomendando para mim um novo leme e dispensando-me todo o conforto que o lugar podia oferecer.

Esse juiz, Sr. José Dantas Coelho(12) Nota do Leitor, era novo da terra, tendo chegado com a família, de Lisboa, havia apenas dois anos. Um de seus filhos, Sr. Gaspar, despachava os negócios oficiais imediatos do pai, ao passo que outro, Antônio, tinha









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