esquerda há linha de calcário em forma de espigão contra o qual se choca o rio das Velhas na confluência com o Paraúna. Mais ao sul a mesma serra torna-se para a direita ou leste e flanqueia o rio Cipó a oeste. O rio das Velhas alarga-se até 200 jardas, o rio tortuoso torna-se comparativamente reto, com uma direção geral para norte, 11º a oeste e com o declive sensivelmente diminuído.(20) Nota do Autor Um país de fantasia apresenta-se aos meus olhos. A massa dos morros se torna afastada e as margens se tornam declives suaves, com fragmentos de madeira encalhados nas beiradas, e barro amarelo e areia com rochas aqui e ali nos pontos mais elevados. Largas faixas de verde tenro, colocadas sobre os flancos queimados de sol, mostrando os leitos das correntes marcadas de verde, como as de Somali durante as chuvas. Aqui as árvores densas contrastavam com as altas árvores esparsas, remanescentes de uma velha floresta. O gado deitava-se e tomava sol sobre os alagados das coroas, e ouvimos com prazer as vozes dos habitantes e o latido dos cães.

À 1h30min passamos a Lapa d'Anta, formação que nos lembrou o Pau de Cheiro. O rio corre para nordeste e sua margem direita está dominada por uma alcantilada massa de calcário rude a oeste, erguendo-se das areias e do barro de ambos os lados, e formando uma pequena baía encantadora. É a face perpendicular de uma longa serra, que corre de sudeste para noroeste, acompanhando a margem oriental do rio. O aspecto geral corresponde ao que foi dito acima. A inclinação é de 25°, expondo somente os bordos ao rio. A parte inferior é uma grota de uma camada de tom azulado, ao passo que a parte superior é uma massa sólida, parecendo cristalizada, manchada de vermelha pelo barro ferroso e intercalada com línguas pretas que parecem tintas pelas cinzas do solo queimado acima. Do alto da serra destacava-se um morro cor de barro sem folhas, contrastando singularmente com a verdura metálica das margens.

À 1h45min o rio virou do norte para oeste e atravessamos uma formação semelhante. Aqui uma gruta, o Poço do Surubim ou Loango(21) Nota do Autor de face voltada para o sul, apresenta um arco de calcário azul com bordos de barro que parece feito pela mão do homem, com laminações cor de chocolate encravadas no calcário, dando a impressão de mármore. Um pouco abaixo um banco de areia projetando-se da esquerda produz um estreitamento do rio reduzindo-o quase à metade. Nesse ponto ele se torna muito fundo. A paisagem continua agradável, as colinas se sucedem e a cor, mudando de castanho-avermelhado a azul, à medida que se afastam.(22) Nota do Autor

Agora vimos a Lapa dos Urubus, um penhasco calcário como os demais, da altura, porém, de uns 80 pés, todo coberto de árvores