que dá a impressão de um enorme cipreste, formado de cipós e trepadeiras enlaçados num velho tronco. Um cachorro que atravessava o rio não demonstrou muito temor do jacaré (Crocodilus sclerops); o povo diz que os dos lagos são perigosos enquanto os caimãs dos rios não o são. Há pouco tempo, porém, uma mulher foi arrastada no Ribeirão de Iguape por este congênere do temível crocodilo africano. Dizem que ele prefere antes a carne de suas vítimas, como seu irmão maior, e antes de deglutir, quebra os ossos de suas vítimas com sua cabeça poderosa. Segundo Koster a gente selvagem o come, mas os negros não tocam em sua carne. Mesmo os negros do Gabão, que são considerados canibais. Tanto no rio das Velhas como no São Francisco, vimos muitas vezes o jacaré expondo seus focinhos fora da água aguentando-se na lama ou escondidos entre detritos de madeira. Não vimos nenhum espécime que ultrapassasse cinco pés de comprimento. No Aporé, ou nos rios do Equador, ele cresce quatro a cinco vezes mais. Os negros, como se sabe, usam o fel do jacaré em seus filtros e venenos; os molares do animal são usados pendentes do pescoço como talismã contra doenças. O cheiro almiscarado da sua carne impede que qualquer outra pessoa, a não ser os índios, dela se utilizem. Aqui também ignoram seu emprego para fabricação de botas, invenção dos texanos.
Um morro pedrento, relvado no alto e coberto de mata na parte inferior, estendendo-se de nordeste para sudoeste, alcança o rio neste ponto e obriga-o a uma curva. Este "saco" tem assim sete milhas de extensão em vez de uma. Passamos então por uma fazenda na margem direita, de barra perpendicular, coisa de trinta e cinco pés de altura. Pertence ao Dr. Luís Francisco Oto de Guiaicuí, e começamos a sentir o aroma da civilização. Depois de alguns obstáculos(26) Nota do Autor aportamos à margem esquerda abrigados contra o vento do norte, para um descanso. Havia aqui uma massa de pedra azulada que parecia um calcário finamente laminado, quando não passava de argila em folha.
Prosseguindo em nosso caminho, passamos pelo porto do córrego das Pedras do Buriti,(27) Nota do Autor onde termina a grande curva, e dois afluentes sem nome. Menciono-os porque são chamados córregos de Morada; ali se instalaram povoadores e permitem uma boa "situação",(28) Nota do Tradutor valorizando as terras adjacentes. Às quatro horas da tarde chamou-me a atenção uma enorme massa de pedra azulada, assinalando a linha do rio de São Francisco, a tripulação discutia a sua denominação(29) Nota do Autor como também a de dois córregos pouco abaixo.(30) Nota do Autor
Às cinco horas da tarde amarramos na borda direita da ilha da Tábua, que os pilotos chamam de ilha Grande. Uma grande coroa fica ao sul com uma represa, que se estende de sudeste a nordeste, formada