o governo? E a quem, portanto, cabe o direito de dar licenças senão aquele que faz a nomeação? Não se diga que nenhuma vantagem existe em dar-se ao Estado uma ingerência poderosa nos seminários subvencionados. Seria desmoralizar o poder civil, privá-lo de fazer valer a sua autoridade sobre os institutos que vivem à custa dele. E esse enfraquecimento da autoridade traduz-se em armas ao espírito clerical, a propaganda jesuítica.
Vou terminar, meu amigo. Lamenta-se que o meu ideal de liberdade seja o ateísmo do Estado.
Mas, pergunto: se o Estado deve ter uma religião sua, não é mister que também torne privilegiado este ou aquele sistema mecânico, este ou aquele processo agrícola, esta ou aquela escola filosófica, de música ou de pintura? Demais, o que é o Estado senão o representante e, por assim dizer, o comissário de uma nacionalidade, cujas funções se limitam a manter a ordem e distribuir a justiça? E, se não se pode impor a nacionalidade uma crença única, pode-se permitir que o seu mandatário sustente uma religião privilegiada? (13) Nota do Autor