a navegação de Tabatinga por diante, para que soubéssemos aqui de uma circunstância tão importante. É por isso que deve o Parlamento nomear comissões de inquérito para o estudo de assuntos de tal natureza, porque esse é o meio de esclarecer o público. Um inquérito sobre o privilégio de cabotagem, sobre essa face especial do regime protetor, produziria resultados ainda mais frisantes do que obteve a comissão incumbida, em 1850, do estudo de nosso movimento industrial com relação à tarifa das alfândegas. A questão, entretanto, não permite demoras: é urgente discuti-la. Está nisso empenhada a sorte das pequenas províncias do Império, principalmente. Elas acham-se oprimidas por todos os modos. São-lhes inteiramente aplicáveis as célebres palavras de Sir Robert Peel, abrindo a era da grande reforma financeira: "We have got the bounds of profitable taxation". Chegou-se ao extremo, com efeito, é preciso recuar.
E havemos de fazê-lo por força. O país esta cansado de agitações estéreis e de tentativas frustradas. O país sente a necessidade de, atirar-se ao desconhecido. A realidade é intolerável, e ele começa a desprender-se inquieto dos braços da realidade, essa amante que tão cedo beijamos como logo repudiamos.
"O status quo", dizia Bastiat, é impossível, a tradição insuficiente". É preciso tratar de reformas e posto seja a palavra dissonante, eu direi: "é preciso novidade, não a novidade que abala, derruba, espanta, mas a novidade que sustenta, consolida, segura e fraterniza".
E a reforma se fará. Mas a minha esperança não se apóia, meu amigo, na experiência, essa fria pedra de toque, na linguagem de Byron, cuja triste influência descora tudo.