um dos problemas da atualidade, é agora o importante dever da imprensa.
E é a missão, senhor, que o patriotismo nos inspira hoje.
Nestas linhas, soltas ao voar do pensamento, sem formas acabadas, sem linguagem polida, vosso espírito elevado não enxergará um plano misterioso de desacreditar o governo, este ou aquele governo, este ou aquele ministério, esta ou aquela administração. A meu ver, os erros administrativos e econômicos que afligem o Império não são exclusivamente filhos de tal ou tal indivíduo que há subido ao poder, de tal ou tal partido que há governado. Não. Constituem um sistema seguido, compacto, invariável. Eles procedem todos de um princípio político afetado de raquitis, de uma ideia geradora e fundamental: a onipotência do Estado, e no Estado a máquina central, e nesta máquina certas e determinadas rodas que imprimem movimento ao grande todo.
É, sobretudo, para estudar este enorme erro tradicional de nossa raça e de nosso país, é para apreciar a confusão que tem produzido, as ruínas de que tem alastrado o chão, o mal que há feito e o bem que há impedido, é principalmente para expor à censura pública esse verdadeiro Proteu, através de todas as suas faces e em todas as suas manifestações, no ápice do centro ou no recanto mais escuso da circunferência, é para despertar o povo, convocar a sua atenção e reclamar os seus esforços contra o inimigo comum, que deliberei levantar, das alturas da imprensa, de espaço em espaço, um grito de observação, um sinal de reconhecimento, uma voz de combate, um hino de guerra.
À sombra da vossa folha, que mais pode neste país ornar-se dos prêmios decretados aos trabalhos em prol da liberdade prática, a bem dos interesses reais,