na administração real, no desenvolvimento dos interesses materiais, na liberdade política, religiosa e do ensino.
Não é só por ter adotado uma forma de governo, a representativa, por ter consagrado uma abstração por mais bela que seja, que a constituição merece os nossos aplausos e se impõe ao nosso respeito. Ela deve ser venerada pelos séculos, porque soube fixar essa abstração nas garantias da personalidade, na independência da indústria, no direito de propriedade, na autonomia dos municípios e das províncias, no governo do país pelo país, na alavanca do voto livre nas urnas e da censura livre pela imprensa, na tolerância de cultos, no limite do poder e na grandeza do cidadão.
Foi assim que a conceberam os chefes da Assembleia Constituinte, os veneráveis redatores do Projeto da Lei Fundamental.
A constituição nasceu do povo, filhos do povo, nossa missão é destruir as leis parasitas que a enfraquecem e a amesquinham, esses liames funestos com que os partidos se atam mutuamente ao carro do despotismo administrativo, é dar corpo e formas visíveis as teorias da Constituição, tornando-a cada vez mais útil ao povo e mais respeitada pelo povo.
Eis aí, meu amigo, a marcha do presente. Ai daqueles que ousarem desviá-lo do caminho do futuro!
Seja este protesto contra a inércia e a mesquinhez dos dias obscuros de transição medrosa, que estamos atravessando, a palavra com que, ao despedir-se, vos aperta a mão generosa o
SOLITÁRIO
30 de março, 1862.
FIM