em França a corruptora proeminência do Executivo sobre o mundo político e social. O rei, por sua vez também, depois dos ministros, tornou-se o alvo de todos os desgostos, como tinha sido a aurora de todas as esperanças. Nasceu e imperou a ideia socialista.
Não foi por este caminho, senhor, de ilusões e decepções, que a França veio ter a revolução de fevereiro, a anarquia de junho e ao despotismo de 2 de dezembro?
E aquilo que ensanguentou a França, poderá preservar as outras nações?
Além desta superabundância de força, que determina a apoplexia no centro, Tocqueville assinalou a paralisia na circunferência. Dali nasce diretamente o entorpecimento geral dos espíritos nas províncias e a sua falta de iniciativa. Na frase daquele escritor, torna-se a nação um rebanho de animais tímidos e industriosos, cujo pastor é o governo. É então que, segundo Coquelin, se nota o igual renome de impotência com que são perseguidos todos os homens que se sucedem no poder, impotência resultante da multidão de negócios e das rodas pesadas de um pessoal rotineiro.
Desçamos da teoria à aplicação das generalidades ao estudo do nosso direito constituído.
Tendes, talvez, ouvido recusar em teoria a centralização, como sistema de governo, alguns homens ilustrados, que negam, porém, a existência dela entre nós. Será isto verdade? E as palavras que escrevi meras declamações? É o que desejo examinar.
Espero mostrar que nos afligem muitos dos vícios inerentes à centralização, sem os benefícios acidentais que em outros países produz, e particularmente em França, graças à facilidade de comunicações, à pouca extensão de território, à perícia e desenvolvimento do pessoal. Por outro lado, confesso que esses vícios não