que em 1655 iniciou com êxito a conversão dos jurunas, chamava-se Manoel de Souza. A crônica descreve os guerreiros jurunas, dizendo ainda: "Nesta região (em 1663) o Comandante de Gurupá, João Velho do Vale, adiantou-se com cem mosqueteiros e três mil índios, mas recuou, perdendo alguns homens que foram mortos, sem que pudesse infligir sérios prejuízos aos outros, porque os jurunas souberam, astuciosamente, aliar-se a outras tribos. A providência divina reservou a um missionário, ainda noviço, a tarefa de submeter os que ainda não haviam sido dominados pela força. Bastou o padre Manoel Pires. — Foram domesticadas duas grandes povoações dos jurunas, sendo uma transferida para a aldeia denominada Xingu e a outra para o lugar situado muito abaixo, de nome Maturu (Porto de Moz), onde ainda estão hoje. Esse anjo da paz que foi o missionário teria catequizado todos eles, se o Padre Superior não o tivesse encarregado de uma nova missão no Amazonas".
Após a primeira expulsão no ano 1661, a catequese parece ter sido renovada, mais tarde, com certo êxito, pois posteriormente os jesuítas estenderam sua influência não só acima como também abaixo da curva do rio, cheio de cataratas e na posição de 3.º. Uma estrada aberta pela floresta virgem cortava essa curva bastante perigosa.
É, para nós, de especial importância o nome do padre Rechus Hundertpfund, pois consta que ele percorreu parte do curso superior do rio, provavelmente no ano 1750. Nos anos 1742/46 Hunder desenvolveu sua atividade no rio Madeira.
O último dos missionários, quando se verificou a expulsão dos jesuítas, foi o cidadão de Colônia (Alemanha) Laurentius Kaulen, estabelecido em Pombal, "que mercê de uma casa por ele mesmo construída, muito ampla e de elegante estilo arquitetônico, perpetuou-se na memória de seus habitantes".
As poderosas correntes, assim como o medo aos índios (dos quais o padre José de Morais relata, referindo-se à grande tribo dos jurunas: "eles são, sem dúvida alguma, selvagens e comem carne humana"), evitaram a penetração para o sul, de modo que os conhecimentos exatos que possuíam não ultrapassavam o 4º grau.
Um acaso curioso quis que todos os pioneiros do rio Xingu tivessem sido alemães. O sucessor do padre Hundertpfund, um século depois, foi nada menos que o Príncipe Adalbert von Preussen. No ano 1843, o Príncipe, que então era almirante da frota prussiana, empreendeu uma viagem, saindo do Pará e seguindo pelo Xingu acima, alcançou uma povoação índia denominada Piranhacoara (4º 5,1'). Dessa maneira,