Rio, 25 de janeiro de 1938.
Meu caro Alberto Pizarro Jacobina.
Éramos estudantes do quarto ano da Escola Politécnica, seu tio Cesar Rabello e eu. Os dois, e mais Cantanhede Almeida, Pessoa Guerra, Souza Ferreira e Graça Couto, pensamos fundar uma "Revista da Escola Politécnica". Em dois tempos (como é tudo fácil aos vinte anos de idade!), foi decidido o assunto, e posto em imediata execução o vasto programa esboçado. Pois se o Fabio Aarão Reis, então dono de uma tipografia, nos abria o crédito necessário à realização do sonho!... Ao de menor valia entre os seis, foi distribuída a tarefa de escrever o artigo inicial, de apresentação da "Revista" com que pretendíamos reformar o ensino da engenharia no Brasil. Senti, então, sob o peso da responsabilidade, não me ser possível dispensar um bom padrinho para o escrito, e, por isso, fui buscar nos Ensaios, de Montaigne, a epígrafe, se não salvadora, ao menos justificadora da nossa audácia. Foi assim que coloquei o meu primeiro trabalho a imprimir em letra de fôrma sob a proteção prestigiosa de um conselho daquele grande espírito: "Que chaqu'un écrivit ce