Índios do Brasil

Claro é que emancipado pela incorporação do seu espírito e do seu coração a novas concepções sociais, estará o íncola civilizado habilitado a pensar para adotar e escolher a nova religião mais condizente com o avanço da sua mentalidade no meio em que vai agir e do qual receberá reações modificadoras do seu ser.

A proteção oficial do índio visa essa meta liberal. A catequese opera atuando preliminarmente na mentalidade do íncola com o intuito de substituir bruscamente a concepção fetichista de sua organização cerebral por outra que ele não pode desde logo compreender, dando lugar a coatar o espírito do catecúmeno à aceitação de ideologias que a sua mentalidade não assimila e os seus sentimentos repelem.

Seja como for, no terreno da prática social sou de opinião que a solução do problema indígena não pode e não deve ser encarada como um problema econômico que comporta solução imediata.

A evolução humana é lenta, de ritmo secular, mesmo quando ela é conduzida, como nos casos de catequese forçada, violando a liberdade natural da espécie humana.

A civilização do íncola pela proteção oficial segundo o método republicano adotado - pelo S. P. I. não poderá fugir dessa fatalidade social.

O Estado tem o dever de suportar o peso dessa fatalidade, quando mais não fosse por gratidão ao sacrifício a que se submeteram os povos americanos para dar lugar à formação de novas nacionalidades ocidentais com engrandecimento da civilização medieval que lutava com a renascença do século XV, alvissareiro da era moderna.

Não podemos, por isso, desejar que se transforme o índio da noite para o dia em católico, protestante,

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