Índios do Brasil

positivista, ou em qualquer outro crente, e tão pouco fazê-lo trabalhador sistemático, violentando a sua organização mental.

Seria a escravização oficial posta em prática com a preocupação de libertar o Brasil de despesas que lhe cabe aguentar para se redimir do pecado social que cometeu apoderando-se das terras dos seus primitivos e legítimos donos, abandonando-os, por cúmulo à sua desgraça assim espoliados, e, ainda por cima, perseguidos e escravizados.

O índio no Brasil parecerá aos espíritos utilitaristas um elemento oneroso à nação, se se encarar a questão simplesmente pelo lado econômico.

Moralmente o índio é um elemento primitivo que a nação abandonou no meio da selva, onde vai vegetando, perseguido em todos os recantos do hinterland pelos que em ânsias de aventuras procuram explorar as riquezas dos nossos sertões brutos, onde a civilização teológica o encurralou depois de apoderar-se das suas terras do litoral e destruir a organização social e política da sua civilização e cultura fetichistas em que feliz vivia na evolução geral da humanidade.

Cumpre-lhe, por isso, auxiliá-lo, erguê-lo à civilização moderna, reparando o mal da conquista.

Para isso foi que a república retomou o problema indígena com o intuito de solucioná-lo republicamente, fundando o Serviço de Proteção aos Índios, sem nenhuma preocupação econômica imediata, nem dependência ou aliança com as missões religiosas que secularmente se preocupam com a catequese dos indígenas na África, na Ásia e na América.

O método que o S. P. I. empregou ao fundar o serviço e iniciar a sua aplicação deu o resultado mais útil possível, se atentarmos à instabilidade e deficiência de

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