Índios do Brasil

Bertoni, com muito espírito comenta: "Uma semelhante atitude nunca se desmentiu. Porém, um abismo, em função do espaço, maior ainda em função do tempo, separava a metrópole das colônias, e a natureza é mais forte que o poder dos reis".

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Quando Portugal descobriu as Índias e o Brasil a sua população era tão pequena, que não se poderia pensar na possibilidade de uma colonização intensa e cabal das terras imensas de que se apossava por conquista aos indígenas. Sem se lançar ao método da mestiçagem, que empregou em grande escala na África e na América, permaneceriam por séculos incultas suas preciosas descobertas. Sobretudo no Brasil esse processo teve larga expansão pelo contato do homem branco com a íncola americana e com a negra importada intensamente da costa ocidental da África.

A mestiçagem com o elemento africano era mal vista, contrariamente ao que se passava com o elemento americano. Com o andar dos tempos, porém, os mulatos ganharam terreno, impondo-se à sociedade.

Já no século XVIII, cita Capistrano de Abreu, um escritor célebre que dizia: "O Brasil é inferno dos negros, purgatório dos brancos e paraíso dos mulatos".

Da memorável armada "Belém-Calecut", o primeiro luso que desembarcou em terra dos brasis foi um dos companheiros de Vasco da Gama.

Nicolau Coelho saltou em terra no primeiro porto em que a frota tocou, com ancoragem de 23 braças. Conseguiu observar alguns naturais, atraídos pela curiosidade; espantados por tamanha surpresa. Confiantes na nobreza da gente branca que nunca tinham visto, animavam-se

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