As culturas negras no Novo Mundo. O negro brasileiro - III

interesse normativo virá depois, quando houver uma elite negra, com seus líderes, a traçarem normas, diretrizes, para o futuro do seu povo de cor, diretrizes que devem buscar as suas raízes científicas no trabalho objetivo previamente realizado.

2)O Negro, material pitoresco. É ainda uma forma de exploração. Fez época com os nossos visitantes estrangeiros dos períodos colonial e imperial. O Negro foi então olhado como animal interessante, de um grande pitoresco aos olhos dos louros viajantes e contadores de história. Passou para gravuras célebres que hoje custam uma fortuna, nas casas dos antiquários. Evidentemente, há nestas páginas (de um Koster, de uma Maria Graham, de um Debret, de um Rugendas...) muita cousa aproveitável como objeto de estudo no sentido de se reconstituir todo um picture lore da vida social e familiar da Colônia e do Império. Mas a acentuação desta nota de pitoresco deixa dúvidas quando ao rígido critério objetivo e científico de certos ensaios, onde o Negro aparece nos dois polos inevitáveis do sofrimento e do pitoresco. Quando escapa de um, cai no outro.

Alguns trabalhos contemporâneos insistem neste processo inglês de tratar o Negro: em páginas derramadas de um lirismo diferente do lirismo abolicionista, e mais perigoso porque tem pruridos científicos: de um lirismo evocativo, regressivo, proustiano... disfarces inconscientes do sadismo do senhor, que aquelas paginas dizem combater. O estudo científico do Negro deve fugir a todo o sociologismo romântico, que compromete a visão real dos seus problemas.

3)O Negro, como assunto em moda. Já tenho lido essa crítica de alguns inteletuais que exergam exageros