Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

mais de uma vez o mandava chamar e com ele se entretinha em amável palestra.

Senhor de uma ótima preparação científica, esplendidamente colocado na sociedade, portador de nome ilustre e, finalmente, possuidor das melhores qualidades morais, mais de uma jovem goriziana da melhor aristocracia ambicionava dividir com ele as alegrias e as agruras da vida, na sagrada união do matrimônio.

Conta-se que, demorando a escolha, organizaram os parentes e os amigos uma caçada espetaculosa, onde tomaram parte dezenas de damas e cavalheiros, mostrando seus fogosos ginetes, a correrem pelos lindos bosques dos arredores da cidade, atrás das matilhas que perseguiam a caça. Após movimentada luta e porfiada perseguição às lebres, camurças e veados, os alegres caçadores se refazem em redor de lauta mesa. O momento é solene e tudo está habilmente calculado e previsto. Aproveitar-se-á aquele momento para arrancar de João Batista o compromisso de casamento com certa jovem, escolhida pelos parentes e amigos. João compreende, vê o laço armado e dele se salva elegantemente: fere-se na mão direita com uma garrafa. Aquele imprevisto derrame de sangue, fora de programa, desorienta os convivas... Cada um trata de acudir ao ferido e não mais se fala em casamento.

Em janeiro de 1858 é mandado, em comissão, à Lombardia. João Batista conhece Giuseppe Garibaldi e é por este convidado a fazer parte da Carbonaria, convite repelido desassombradamente.

Na capital da Lombardia tem ele ocasião de conhecer de perto os filhos de São Francisco, e tempo para melhor pensar na vocação já manifestada. Desde muito ele sentia que não era era feito para as glórias do mundo: em outra seara deveria ceifar os louros que haveriam de beijar-lhe a fronte predestinada.

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