Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

depois de apertados abraços e sinceras manifestações de profundo reconhecimento, partimos de Ouro Preto".

Acompanhados pelo sargento Torquato e mais dois mestres, providos de boa cavalhada e do necessário para a longa viagem, puseram-se a caminho, seguindo o itinerário mais prático e aconselhado: Mariana - Morro do Pilar - Santa Maria de São Félix - Capelinha e, finalmente, Filadélfia.

A época do ano não era a melhor, e as chuvas tornavam difícil e penosa a viagem. Frei Angelo, ao narrar mais tarde aos companheiros as peripécias dessa primeira viagem a cavalo, de 20 longos dias, através de caminhos primitivos, entre atoleiros e rios sem pontes, ria-se e despertava em todos hilaridade, pondo em evidência os episódios humorísticos, calando e ocultando os sacrifícios e sofrimentos inevitáveis desse gênero de viagem, ao qual ele e o seu querido companheiro não estavam afeitos.

Da narração oral feita aos companheiros ainda em vida, destacamos o seguinte episódio, que nos parece um feliz presságio:

"A viagem chegava quase ao seu termo, quando, num sábado, ao cair da noite, chegaram os viandantes a uma importante fazenda; foram bem recebidos pelos bons mineiros, cuja hospitalidade é assaz conhecida, apesar da surpresa causada pelos viajantes, nunca vistos naquelas paragens. Em breve, porém, a estranheza cedeu lugar à admiração e ao respeito, ao saberem que os dois viajantes de veneráveis barbas e austero hábito franciscano eram sacerdotes católicos.

A fazenda tinha capela e, para o dia seguinte, domingo, foi anunciada a celebração da santa missa. Para os moradores da fazenda e da redondeza foi um dia de festa.

Frei Serafim, à hora marcada está ao altar celebrando o santo sacrifício da missa. A numerosa assistência,

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