Desde tempos imemoriais numerosas tribos da nação Botocuda refugiaram-se nas florestas dos rios Jequitinhonha, Mucuri, Doce e São Mateus, justamente a vasta região designada como campo do apostolado dos Reverendíssimos Padres Frei Serafim de Gorízia e Frei Angelo de Sassoferrato.
Contíguo ao Rio Doce - informa importante manuscrito do ano 1817(1) Nota do Autor
- havia Botocudo, Bororo, Naquenanuque e outros índios divididos por contínuas intrigas e rixas, mas todos pareciam pertencer à tribo dos Botocudo, em vista dos seus usos e costumes mais ou menos semelhantes.
O coronel Guido Tomaz Marliere, Diretor Geral dos índios de Minas Gerais, ao ter conhecimento que nas vizinhanças de Godowal, na aldeia de Geião-Menda, se festejava uma vitória dos Coroado contra os Puri tratou de negociar a pacificação dos irreconciliáveis inimigos. Os Coroado, numa das suas periódicas excursões, encontraram-se com os Puri, deram-lhes combate, batendo-os e sacrificando muitos deles. Regressaram trazendo arcos e frechas, a orelha e o braço de um chefe inimigo, dos mais velhos e conhecidos, e cantaram e dançaram diante daqueles despojos macabros. O Diretor Geral, por intermédio do índio Cipriano, conseguiu ajustar a pacificação. No ano seguinte foi possível aos Puris, sem serem molestados, virem até as fazendas de José Garcia de Melo, no Ribeirão Preto, no Ribeirão dos Borges e na fazenda do Furriel José Lucas, passando pelas aldeias dos Coroado, ficando no esquecimento