Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

olha com ciúme e desconfiança os filhos do reino, portugueses imigrados e costuma dar-lhes, por troça, o apelido de pés de chumbo.

Não são somente os brasileiros natos que seguem a opinião política acima aludida, senão também outros, nos quais ela se desenvolve e se firma, por circunstâncias especiais.

Como auxílio e meio de propaganda de tais ideias, podemos citar certos grêmios criados sob o nome de lojas maçônicas, as quais, em vez de guardarem o caráter social e caridoso de suas congêneres na Europa, aproveitam-se da inexperiência e da ociosidade para difundir inclinação às novidades despertando esperanças e desejos de melhor estado civil.

A contra-gosto fazemos estas alusões. Julgamos, porém, devê-las aos leitores, para ao menos ligeiramente indicarmos o estado das opiniões, das exigências e desejos recíprocos, dos receios e das esperanças, que intima e secretamente reinam, conservando-se ainda ocultas, qual caixa fatídica de Pandora.

Como em todas as cidades comerciais, aí são insignificantes os esforços literários e raros os homens que, com prazer e vocação, se dedicam às ciências.



Dr. Paiva

Entretanto, os baianos estimam seus concidadãos eruditos, entre os quais goza da mais alta consideração o Dr. Manoel Joaquim Henriquez de Paiva, distinto médico clínico, conhecido por vários trabalhos de medicina prática, matéria médica, botânica e química.

A língua francesa é aí como no Rio de Janeiro muito mais difundida que, a inglesa, bem que sejam mais importantes as relações comerciais com a Inglaterra.