Dessa numerosa nação, de quem se exaltam a brandura, a lealdade e a docilidade, originam-se os índios mansos, que
moram ao longo da costa, nas vilas já mencionadas, em cabanas isoladas.
Seu número pode ser calculado em cerca de quatro mil, em toda a comarca.
São inofensivos, porém, pouco operosos, restringindo sua atividade à caça, à pesca e à diminuta cultura do milho e mandioca, de que se nutrem, sem outras necessidades da vida.
Vila de Olivença
Na Vila de Olivença, duas léguas ao sul da Vila de São Jorge, moram cerca de 800. Dizem, porém, que lá eles já estão misturados aos descendentes dos guerens. A fiscalização municipal, que lhes dá certa liberdade, é feita por juiz, auxiliado por um só escrivão, sendo este escolhido entre os portugueses e aquele entre os índios.
Nesse lugar a grande maioria se ocupa na fabricação de rosários de cocos de piaçaba. Informam que mandam, anualmente, para a Bahia, cerca de mil cruzados, importância desse artigo, posto que no lugar de origem custe um rosário apenas dez rs.
Outros se ocupam em fazer cordas, vassouras, esteiras de piaçaba e chapéus de palha de coqueiro, sabendo também tingir, com pau brasil e tatagiba, os chapéus de palha e as fazendas de algodão.
Selvagens do litoral
A constituição física desses índios do litoral é robusta e a fisionomia muito mais simpática do que