A pequena embarcação, em que viajavam os de Camamã para a Bahia, estava carregada de casca de mangue, que, exposta desde algum tempo à decomposição, no porão, exalava cheiro pestilencial.
Quando nos recolhemos sob o tombadilho, por causa da chuva, enegreceram as moedas de prata que tínhamos no bolso, o que nos causou grande admiração. Acreditamos, por isto, dever existir na casca uma certa porção de enxofre, que pela putrefação se tivesse desprendido como gás sulfídrico.
Uma análise química da casca, neste sentido, seria interessante.
Entretanto, o mau cheiro não foi o maior incômodo que sofremos na viagem para a Bahia.
Achamos, ainda mais desagradável, a morosidade do nosso mestre de lancha, que, apesar de nos ter prometido levar à Bahia no prazo habitual de 24 horas, gastou três dias completos, demorando-se em alguns lugares para negociar.
O viajante europeu nessa costa não tem que esperar considerações, mas só desprezo dos filhos de Netuno, a cuja mercê a sorte o atirou.
É obrigado a suportar, como suposto inglês, todos os caprichos de um ódio nacional, que esses marinheiros não podem, nem querem dissimular.
Ilha das Flores
A primeira demora que devíamos fazer, pelo gosto do mestre, era na pequena Ilha das Flores ou do Chiqueiro, na saída da Baía de Camamu.
Essa ilha está coberta de férteis plantações e proporcionou abundante colheita de deliciosas goiabas. Com