Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

caatingas de Maracás, suavizava de certo modo o tormento do calor, com a sombra que oferecia. Mas não se encontrava água em parte alguma.



Umbaúba

Topamos alguns habitantes ansiosamente ocupados em recolher água das cavidades existentes entre as folhas de gravatá. Esta água, apesar de emporcalhada por insetos e ovos de rãs, era uma delícia para os miseráveis sertanejos. Na fazenda Umbaúba compramos um pote de água por um florim. Distribuída pela equipagem, essa pequena quantidade não pareceu matar a sede, senão torná-la ainda mais insuportável.

Nossa gente indignava-se contra os habitantes e afirmava que eles nada queriam ceder de suas provisões, nem indicar as fontes e cisternas.



Genipapo

No Genipapo, outra pequena fazenda, os nossos homens entraram na casa de um velho, apesar dos nossos protestos, e se apoderaram de um pote de água, que estava escondido em baixo da cama.

O velho afirmava, em vão, estar quase cego e que o seu único filho ia todos os dias buscar água a três horas de distância; o nosso arreeiro e seus ajudantes, sem prestarem atenção, esvaziaram o pote que enxameava de vermes.

À noite se fizeram sentir as consequências da criminosa violência, porque todos foram acometidos de forte acesso de febre.