Nos lugares acessíveis do bloco de ferro, não mais encontramos vestígios desta substância, porém, julgamos ser ela a crosta do mesmo bloco, que se despregou pelo abalo, pela mudança de temperatura ou talvez, pelos esforços empregados por ocasião da primeira remoção.
Descobrimos o granito em diversos lugares, mas não encontramos em parte alguma coisa que se assemelhasse a uma jazida de ferro, de modo que, a nossa opinião, já anteriormente formada sobre a origem meteórica da massa, foi confirmada.
Depois de termos firmado esta convicção, era de grande importância para nós, levarmos alguns fragmentos desta colossal massa de ferro meteórico.
Encontramos, porém, dificuldades inesperadas.
As nossas limas e serras inutilizaram-se antes de penetrar algumas linhas na massa. Por meio de cunhas também não se pôde efetuar a fragmentação das partes isoladas por buracos ou sulcos, de sorte que só nos restava a ação de repetidas marteladas. Com efeito, o bloco tinia de maneira diversa em diferentes lugares, o que parecia indicar um grau desigual de coesão, talvez mesmo a existência de fendas no interior. Mas, depois de martelar o dia inteiro, não obtivemos um só pedaço, pois todas as saliências, que se podiam separar mais facilmente, já haviam sido cortadas por um artista, que tinha forjado o ferro e o achara muito útil para seu mister.
Depois de tantos sacrifícios nada podia ser mais desagrável do que a insuficiência dos nossos recursos. O embaraço aumentou pelo fato de se não encontrar uma gota de água, numa distância de duas horas de viagem e de sermos, por isso, obrigados a mandar, diariamente, dar de beber aos nossos cavalos, na fazenda Anastacio.