Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

A lembrança do Dr, Pirajá, vertendo para a nossa língua, em tradução elegante, a obra de Von Spix e Von Martius, na parte referente à Bahia, para figurar no 5.° Congresso Geográfico, não podia ser mais feliz nem mais oportuna. Melhor serviço lhe não fora dado prestar, neste momento, às letras pátrias e à Bahia principalmente, arrancando do olvido esse trabalho notável, entre nós geralmente ignorado, até mesmo no seio das classes mais cultas, por não ter sido trasladado a "línguas mais acessíveis ao nosso meio", como explica o Dr. Theodoro Sampaio. Martius também notara, desde aquele tempo, a influência já preponderante da literatura francesa e inglesa sobre nós. Em Coimbra e Edimburgo é que se treinava a nossa mocidade colonial. Antes tivera escrito, como fez a Flora BrasiIiensis, na mesma língua, em que Tácito imortalizou a sua pátria germânica sob Trajano,

Em 1817, a Bahia folheava Tucídides no original e se recreava com as recitações das onomatopeias latinas de VirgiIio. Tinha filósofos como Ferreira França e sábios como Cairu.

Um dia, porém, Martius teria o acesso triunfante que, no seio das nossas letras, outro sábio lhe acaba de dar, recomendado pelo prefácio de Theodoro Sampaio e afetiva revisão de outro cientista da nomeada de Oscar Freire.

Reponta nessa lembrança a glória de um grande serviço prestado pelo Dr. Pirajá, de envolta à circunstância, verdadeiramente emocionante, que o fato desperta, de vê-lo trazer a Martius redivivo e imortal, depois de quase um século de esquecimento, ao primeiro Congresso Geográfico que se reùne na Bahia e, talvez, em um daqueles mesmos sítios, cheios de esplendor e claridade em que, dentre alamedas perfumadas das laranjeiras e "densas cercas aparadas de pitanga", que ornavam então os nossos pomares, "onde