novos Bancos com o capital de 173.600 contos de réis. A lista das companhias por ações em 1861 evidencia a alta febre de especulação desse tempo.
Esse espírito de associação traduzia o espírito da época, predominante em meados do século XIX em todo o mundo.
A encarnação desse espírito no Brasil era o Barão de Mauá (1813-1889). "Houve nessa terra (o Brasil) um homem tão ilustre que pode-se dizer sem erro que personificou a sua época. Esse homem chamou-se Mauá."(132)Nota do Autor
A vida desse grande empreendedor constitui um caso típico. Ele era o tipo de homem feito por si mesmo, no sentido americano da palavra. Iniciou a sua vida como aprendiz e tornou-se o maior banqueiro do continente sul-americano, estadista e diplomata, ao mesmo tempo que dirigente financeiro da costa do Atlântico da América do Sul, sócio dos Rothschilds de Londres, dono de Bancos na Inglaterra, nos Estados Unidos da América, no Brasil, Uruguai e Argentina — um banqueiro verdadeiramente internacional e inter-americano.
Dificilmente podemos imaginar, agora, a influência e a atuação de Mauá no terceiro quartel do século XIX. Amado e odiado ao tempo de sua atividade, ficou esquecido depois de sua morte. Existem monumentos a Mauá erigidos em muitas cidades brasileiras; ruas e praças são comemorativas dele. Mas, não obstante tudo isso, só recentemente se registrou um renascimento de interesse em torno dessa proeminente figura; e tentativas têm sido feitas para colocá-lo no seu verdadeiro lugar na história brasileira.