menos real, no sentido mais elevado da palavra, do que a reunião de fatos". Este país é uma esplêndida prova de penetração rápida das correntes contemporâneas de pensamento, adaptadas para aplicação imediata. Adam Smith estendeu sua influência universal sobre o Brasil; o Saint-Simonismo prático teve aqui um notável discípulo, Visconde de Mauá, cuja vida e atividade constituem um digno correspondente dos irmãos Pereira em Paris.
Sobre este fundamento econômico procurei erigir o edifício de um século de finança pública. O material para esta construção é abundante, embora nem sempre acessível, geralmente incompleto, e algumas veres não merecedor de confiança. Para o tempo do Império, minha tarefa tornou-se mais fácil, devido à existência de compilações oficiais e semioficiais, relativamente àquele período. Estas mesmo são na maior parte não sistematizadas, não científicas, inteiramente primárias; mas existem. Para o período da República, tive de organizar uma fatigante pesquisa por fatos, dados e esquemas. Mesmo os resultados incompletos da presente investigação não teriam sido possíveis sem a generosa assistência e auxílio de diversos amigos no Brasil.
A compensação deste fatigante trabalho foi o prazer de traçar as atividades de alguns dos grandes homens da História financeira da República, especialmente as duas figuras contrastantes Ruy Barbosa e Joaquim Murtinho.
Os seis primeiros capítulos apresentam a escada histórica pela qual se escala ao cimo do edifício, tendo-se uma vista do fundamento da atual situação financeira. Minhas conclusões são pessimistas, mais em virtude dos "reformadores", do que do país. O Brasil está progredindo, desenvolvendo-se, e adaptando o remanescente do