As falas do trono no tempo do Império eram geralmente sem consequência e sem sentido em suas declarações. Esse característico pode ser extensivo às mensagens presidenciais dos presidentes militares; os presidentes civis costumavam dedicar mais atenção aos problemas financeiros, alguns desenvolviam as suas "teorias" sobre taxação, muitas vezes sobre problemas monetários, argumentando, nas mensagens, com opiniões de outrem, fazendo citações de artigos de jornais, baseando suas asserções na autoridade de um livro, lido acidentalmente, e ornamentando as suas mensagens com a fraseologia do costume. As exceções entre os presidentes são poucas; casos há em que o presidente açambarca a parte do ministro da fazenda, e a mensagem presidencial torna-se um tratado financeiro na mor parte dos casos de valor duvidoso.
Quatro paulistas constituíram exceções a essa tradição: Prudente de Moraes (1894-1898), Campos Salles (1898-1902) (o qual pode ser identificado com o seu Ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho), Francisco Rodrigues Alves (1902-1906), que foi diversas vezes Ministro da Fazenda, e como tal cooperou com Prudente de Moraes) e o enérgico e ativo, mas nem sempre cauteloso, Washington Luiz (1926-1930), que era praticamente o seu próprio Ministro da Fazenda.
A federação nunca teve um presidente do tipo de Borges de Medeiros, que, por quase um quarto de século, governou o Rio Grande do Sul como seu presidente, fazendo às vezes apocrifamente de seu Ministro da Fazenda, o que nos lembra un dogue couché sur un coffre fort.(181)Nota do Autor