O caso dos ministérios de Fazenda não é muito diferente. A constante mudança de pessoas (74 ministros em 67 anos de Império, e 28 nos 41 anos de Primeira República) foi materialmente desfavorável para o prosseguimento de um programa organizado e estável. Durante o período do Império houve também constante mudança dessas pessoas, que se substituíam umas às outras.
O Marquês de Barbacena foi duas vezes Ministro da Fazenda, o Visconde de Albuquerque cinco vezes, o Visconde de Itaboraí quatro, Manoel do Nascimento Castro e Silva três, e o Visconde de Caravelas cinco vezes.
Não obstante os diferentes partidos políticos, a que eles pertenciam, apesar das apaixonantes questões entre o governo e a oposição, era quase sempre uma questão de pessoas e não de princípios que caracterizava os gabinetes. Somente com referência ao problema da moeda, como veremos mais adiante, é que chegou a haver um real conflito de opiniões, dividindo os estadistas do Império em papelistas e metalistas.
A República organizou o aparecimento de novas personalidades. Não eram mais os marqueses e viscondes do Império, mas excelentes eruditos, como Felisbello Freire, José Pandiá Calógeras e Amaro Cavalcanti, banqueiros, como Leopoldo de Bulhões, apaixonados reformadores, como David Campista, estadistas da estatura de Antonio Carlos, e, ao mesmo tempo, medíocres burocratas manipulavam as finanças do país. Nessa pitoresca galeria, duas figuras especialmente atraem a nossa atenção: Ruy Barbosa, o primeiro Ministro da Fazenda da República, da qual ele foi um dos pais espirituais, e Joaquim Murtinho, o Ministro da Fazenda da presidência Campos Salles.