esse "vulcão" começava a aplicar os princípios bancários e financeiros norte-americanos à recém-nascida república do continente do sul. Ele admirava Alexandre Hamilton, mas não possuía o seu espírito prático.
Uma torrente de decretos, leis, regulamentos, reformas inundou o país. Não obstante todo o seu talento e brilhantismo, Ruy Barbosa foi um Ministro da Fazenda sem valor. Ele batalhava contra as emissões de papel-moeda e o seu período foi de permanente emissão de papel-moeda; pelejava por uma melhor organização fiscal e só registrou contínuos déficits; ele testemunhou a queda das finanças brasileiras, especialmente impressionante depois do brilho dos últimos anos do Império. Finalmente, declarou no Relatório de 1891 que "os governos revolucionários não são, e nem podiam ser governos econômicos". Podemos com propriedade aplicar ao período de Ruy Barbosa a definição dada por Salles Torres Homem à administração financeira de Souza Franco (1857-1858): "Um carnaval financeiro."
Uma das melhores definições de Ruy Barbosa foi dada por Tristão de Athayde:
"Um idealista, um romântico acima de tudo. Todo o liberalismo político do parlamentarismo do século XIX modelou o seu espírito. Ele era o homem da lei e da justiça, dos modelos políticos dos exemplos ingleses e norte-americanos. Os homens se surpreendiam com ele, e daí a riqueza verbal que ele possuía, talvez a maior da nossa língua, o seu formidável poder de satira. Nenhuma intenção, nenhum sentimento do imediato, nenhuma cultura da experiência. Ele era um homem de livros, um homem que lia surpreendentemente muito e que retinha tudo