Evolução econômica do Brasil

ouro. Mas a obediência à risca do programa foi de uma maneira jamais presenciada no Brasil.

Os sucessores de Campos Salles e Murtinho, a dupla Rodrigues Alves-Leopoldo de Bulhões, proseguiram na política de seus antecessores. A única diferença foi um aumento das despesas reprodutivas, para cujo fim a obtenção de empréstimos externos se tornou de novo possível. Saldo favorável da balança comercial, saldo orçamentário, importação de capital estrangeiro, continuação do resgate do papel-moeda e melhoria da taxa cambial — são esses os principais feitos desse período.

As condições pareciam permitir agora a organização do novo aparelhamento bancário, como o primeiro passo conducente à liquidação do papel-moeda. A lei de 30 de Dezembro de 1905 é a origem do quarto Banco do Brasil, que encampou o antigo Banco da República. Com o capital de 70 mil contos de réis, dividido em 350 mil ações, 22.500 contos foram utilizados para pagamento aos acionistas pelo Governo e o resto oferecido à subscrição pública. Ficou estipulado que, no caso da restauração do Banco emissor sobre base metálica, o monopólio seria dado ao Banco do Brasil. Dessa forma, os princípios da centralização da emissão de notas de bancos sobre base-ouro foram aceitos para o futuro, depois de um século de experiências e discussões.

O novo período presidencial (Affonso Penna) estabeleceu uma solução de continuidade à política de Murtinho. O novo governo não era bastante forte para defender o sistema monetário do país contra influência das partes interessadas; os produtores de café que dominavam a situação insistiam na obtenção do auxílio